O Melhor dos Poetas
Quero convidar você a visitar o meu mais novo blog: O Melhor dos Poetas. Trata-se de um projeto antigo, de fazer uma coletânea dos mais belos e grandiosos poemas brasileiros e portugueses, da Idade Média aos nossos dias.
Criado hoje, já postei 55 poemas, desde a Canção da Ribeirinha (o mais antigo em português) à Canção do Exílio (o mais famoso, além de suas várias paródias). A maioria é do século XIX, com destaque para os brasileiros Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias e os portugueses Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho.
O plano é ir alimentando o blog regularmente, acrescentando poemas de ambos os lados do Atlàntico. Se você gosta de poesia, certamente apreciará o blog O Melhor dos Poetas. Se ainda não gosta, esta é a oportunidade de conhecer o melhor de nossa produção poética e se apaixonar por estes grandes textos. Abaixo seguem alguns trechos dos poemas presentes em O Melhor dos Poetas. — Walter Dos Santos
Se se morre de amor!
de Gonçalves Dias
Se se morre de amor! — Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que vê prazer alcança!
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Resignação
de Alexandre Herculano
No teu seio, reclinado
Dormirei, Senhor, um dia,
Quando for na terra fria
Meu repouso procurar;
Quando a lousa do sepulcro
Sobre mim tiver caído,
E este espírito afligido
Vir a tua luz brilhar!
No teu seio, de pesares
O existir não se entretece;
Lá eterno o amor florece;
Lá florece eterna paz:
Lá bramir junto ao poeta
Não irão paixões e dores,
Vãos desejos, vãos temores
Do desterro em que ele jaz.
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Como eu te amo
de Gonçalves Dias
Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.
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