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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Minha música preferida

Eu Achei (composta por Kurt Frederic Kaiser) é a música de que mais gosto e está presente no Hinário Adventista do Sétimo Dia. Procurando-a no Youtube, encontrei esta bela versão tocada ao violão. É uma canção que exalta a satisfação do encontro com Cristo: Sua oferta de perdão e esperança, como Ele preenche os anseios do coração humano e a vida com qualidade e propósito que encontramos nEle.

Os milhões e milhões de cristãos em todo o mundo divergem em muitas coisas: sobre a maneira do batismo, o governo da igreja, as formas de adoração, o fim dos tempos, etc. Mas existe um ponto em que todos concordam, quer sejam protestantes ou católicos, pentecostais ou ortodoxos, presbiterianos ou metodistas, batistas ou adventistas. Um ponto que sabemos pela experiência individual, não pela teologia da igreja. Este ponto é: somente Jesus pode satisfazer o coração humano.

A realização suprema que satisfará o coração humano não está em riquezas, diplomas, títulos, relacionamentos ou experiências que buscamos sempre e continuamente e cada vez mais. Está em Jesus. "Eu achei, sim, eu achei/Uma fonte em que me satisfiz,/Quando aceitei a Jesus, Meu Rei;/Foi meu dia mais feliz."



VEJA EM NOSSO PORTAL
E você? Quer experimentar em sua vida as palavras desta canção? Então abra o coração a Cristo e experimente O Milagre do Novo Nascimento. Feliz sábado e que o Senhor te abençoe e te guarde.— Walter Dos Santos

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Talento e preconceito

Quero compartilhar com vocês dois excelentes vídeos do Britain’s Got Talent 2009 (o Ídolos do Reino Unido). O primeiro é de Susan Boyle, a nova sensação da Inglaterra. A interiorana de meia-idade desperta o preconceito e os risos da platéia e dos jurados. Seu talento, porém, fala mais alto ao cantar uma música do espetáculo Les Miserables.


O caso lembra outro candidato e vencedor da edição 2007 do mesmo programa: Paul Potts. Este ex-vendedor de celular também não inspirava muita receptividade do júri e público, mas também quebrou o preconceito de todos ao se apresentar. Em ambos os casos, o júri e o público são arrebatados por sua voz e obrigados a rever suas atitude. Para assistir aos vídeos, ambos do Youtube e com legendas em português, basta clicar no nome dos calouros acima.
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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ainda sou do Tempo

Eu o conheci o texto abaixo por meio de um amigo durante a Semana Santa. Embora ele esteja presente em diversas páginas da internet, desconheço a fonte original e a data em que foi publicado. Também aviso que procuro não discriminar nem ofender qualquer fé religiosa no blog Escrivão Caminha. As reflexões deste texto, porém, são extremamente pertinentes para todos os cristãos que se reportam à Reforma Protestante — um movimento que se levantou contra uma série de abusos e práticas que muitos dos herdeiros da Reforma hoje cometem. O vídeo anexo demonstra o desvio dos princípios defendidos pelos reformadores do século XVI. — Walter Dos Santos




por Wagner Antonio de Araújo


Ainda sou do tempo em que ser crente era motivo de criticas e perseguições. Nós não éramos muitos, e geralmente éramos considerados ignorantes, analfabetos, massa de manobra ou gente de segunda categoria. Os colegas da escola nos marginalizavam. Os patrões zombavam de nós. A sociedade criticava um povo que cria num Deus moral, ético, decente, que fazia de seus seguidores pessoas diferentes, amorosas, verdadeiras e puras. Não era fácil. Mas nós sobrevivemos e vencemos. Sinto falta daquela perseguição, pois ela denunciava que a nossa luz era de qualidade, e ofuscava a visão conturbada de quem não era liberto. E, por causa dessa luz, muitos incrédulos foram conduzidos ao arrependimento e à salvação. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que os crentes não tinham imagens em suas casas, em seus carros ou como adereços de seus corpos. Nós não tatuávamos os nossos corpos e nem colocávamos "piercings" em nossa pele. Criamos que os nossos corpos eram sacrifícios ao Senhor, e que não nos era lícito maculá-los com os sinais de um mundo decadente, um deus mundano e uma cultura corrompida. Dizíamos que tatuar o corpo era pecado. Não tínhamos objetos de culto em nossas igrejas. Aliás, esse era um de nossos diferenciais: nós éramos aqueles que não admitiam imagens em lugar algum. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que pornografia era pecado. Nós não considerávamos fotos eróticas ou filmes pornô um "trabalho profissional", mas uma prostituição do próprio corpo e uma corrupção moral. Ao nos convertermos, convertíamos também os nossos olhos, e abandonávamos as revistas pornográficas, os cinemas de prostituição e os teatros corrompidos. Os que eram adúlteros se arrependiam e pagavam o preço do que fizeram, e começavam vida nova. Os promíscuos mudavam seu comportamento e tornavam-se santos em todo o seu procedimento. Nós, os adolescentes, deixávamos os namoros e os relacionamentos orientados pelos filmes mundanos, e primávamos por ser como José do Egito, que foi puro, ou o apóstolo Paulo, que foi decente. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que nos vestíamos adequadamente para o culto. Aliás, além do nosso testemunho moral, nós nos identificávamos pelas roupas. Se pentecostais, usávamos roupas sociais bastante formais, e éramos conhecidos aonde quer que íamos, pois ninguém mais se vestia tão formalmente assim em pleno domingo à tarde. Se de outras denominações, como eu, não chegávamos a esse extremo, mas nos trajávamos socialmente, com o melhor que tínhamos, dentro de nossas possibilidades, porque críamos que, se íamos prestar um culto a Deus, a ocasião nos exigia o melhor, e buscávamos dar o melhor para Deus. Era a famosa "roupa de missa", "roupa de igreja". Mesmo pobres, tínhamos o melhor para Deus. E sempre algo decente: camisas sociais, calças bem passadas, um sapato melhor conservado, um blazer ou uma blusa bem alinhada. As mulheres usavam seus melhores vestidos, suas melhores saias e seus conjuntos mais femininos. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que nossos hinos falavam de Cristo e da salvação. Cantávamos muito, e nossas músicas não eram tão complexas como as de hoje. Mas todos acabávamos por decorá-las. Suas mensagens eram simples e evangelísticas: "foi na cruz, foi na cruz", "andam procurando a razão de viver"; "Porque Ele vive, posso crer no amanhã", "Feliz serás, jamais verás tua vida em pranto se findar", "O Senhor da ceifa está chamando"; "Jesus, Senhor, me achego a ti", "Santo Espírito, enche a minha vida", "Foi Cristo quem me salvou, quebrou as cadeias e me libertou", etc. Não copiávamos os "hits" estrangeiros, ou as danças mundanas, mas buscávamos algo clássico, alegre, porém, solene. E dançar o louvor? Jamais! Não ousávamos, nem queríamos; nunca soubéramos que o louvor era "dançante"; as danças deixamos em nossas velhas vidas mundanas. Porém, mesmo não as tendo, éramos alegres e motivados. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que as denominações e igrejas tinham personalidade. As denominações eram poucas e bastante homogêneas. Sabíamos que a Assembléia de Deus era pentecostal e usava indumentária formal; os presbiterianos eram os melhores coristas que existiam; os adventistas tinham uma fé estranha, numa profetiza semi-contemporânea, mas tinham os melhores quartetos masculinos; os melhores solistas eram batistas, etc. Nossas liturgias eram bastante diferentes: os conservadores eram formais, seus cultos silenciosos, enquanto um orava, os outros diziam amém. Já os pentecostais oravam todos ao mesmo tempo e cantavam a Harpa Cristã. Nós nos considerávamos irmãos, não há dúvida. Mas tínhamos personalidade. Hoje tudo é diferente.

E eu não sou velho! Isso tudo não tem 26 anos ainda! Na década de 80 ser crente era ser assim! Meu Deus, como o mundo mudou! Como a chamada Igreja evangélica se deteriorou! Hoje eu sinto vergonha de ser considerado evangélico!

Hoje é moda ser crente, ou melhor, "gospel". Você é artista pornô, mas é crente. Você é do forró pé-de-serra, mas é crente. Você é ladrão, mas é crente. Você é homossexual assumido, mas é crente. Não importa a profissão, o comportamento, a moral, a índole, ser crente é apenas um detalhe. Aliás, dá cartaz ser crente: hoje muitos cantores "viram crentes" pra vender seus cds encalhados, pois o "povo de Deus" compra qualquer coisa. Não há diferença entre o santo e o profano, o consagrado e o amaldiçoado, o lícito e o proibido, o justo e o injusto. Qualquer coisa serve. O púlpito pode ser uma prancha de surf; uma cama de motel ou um palanque eleitoral; a forma não importa. Ser crente é apenas um detalhe, uma simples nomenclatura religiosa.

Hoje os crentes tatuam as suas peles, mesmo sabendo que a Bíblia condena o uso de símbolos e marcas no corpo de quem se consagra a Deus. Criamos nossos próprios símbolos, nossos próprios estigmas e nossas próprias tribos. Hoje há denominações que dão opções de símbolos para que seus jovens se tatuem. O "piercing" deixou de ser pecado, e passou a ser "fashion", e está pendurado na pele flácida de roqueiros evangélicos e "levitas" das igrejas, maculando a pureza de um corpo dedicado ao Deus libertador. Mulheres há que enchem seus umbigos e outras partes de pequenas ferragens, repletas de vaidade e erotismo mundano, destruindo, assim, qualquer padrão cristão de consagração corporal. Meninos tingem seus cabelos de laranja, e mocinhas destroem seus rostos com produtos, pois agora todo mundo faz, e "Deus não olha a aparência". (Ainda bem, pois se olhasse, teria ânsia de vômito...)

Hoje ir á igreja é como ir ao mercado ou às barracas de feira e de artesanato: um evento efêmero, informal, meramente turístico. Não há mais cuidado algum no trajo cultuante. Rapazes vão de bermudas, calções (e, pasmem os senhores, de sungas!), até sem camisa, porque Deus não é "bitolado, babaca ou retrógrado". Garotas usam suas minissaias dos "rebeldes" e exibem umbigos cheios de "piercings", estrelinhas e purpurinas pingando dos cabelos e roupas, numa passarela contínua do modismo eclesiástico. Se alguém ainda vai modestamente ao culto, seja jovem, seja velho, ou é "novo convertido", ou é "beato". É típico encontrarmos pastores dizendo aos "engravatados": "pra que isso, irmão? Vai fazer exame laboratorial?" E, continuamente, vão demolindo qualquer alicerce de reverência e solenidade para o ato do culto.

Hoje as nossas músicas pouco falam de Cristo. Somos bitolados por um amontoado de "glórias", "aleluias", "no trono", "te exaltamos", "o teu poder", etc. Misturamos essas expressões, colocamos uma pitada de emoções, imitamos os ícones dos megaeventos de louvores, e gravamos o nosso próprio cd, que, de diferente, tem a capa e o timbre de algumas vozes, talvez alguns instrumentos, mas, no mais, não passam de cópias das cópias das cópias. E Jesus? Ah, quase nunca o mencionamos, e, quando o fazemos, não apresentamos qualquer noção do que Ele é ou representa para o nosso louvor. Não falamos mais que Ele é o caminho, a verdade e a vida, não o apresentamos como Senhor e Salvador, não informamos ao ouvinte o que se deve fazer para tê-lo no coração, apenas citamos seu nome ou dizemos um aleluia para Ele.

Hoje, entrar em uma igreja é como ter entrado em todas: é tudo igual. O mesmo sistema, as mesmas cantorias, a seqüência de eventos, os rituais emocionais, as pregações da prosperidade, de libertação de maldições ou de megassonhos "de Deus" (como se Deus precisasse sonhar, como se fosse impotente ou dependente da vontade humana). Transformamos nossas igrejas em filiais de uma matriz que não sabemos nem aonde fica, mas que se representa nas comunidades da moda. Não há mais corais, não há mais solistas, não há mais escolas dominicais fortes, não há mais denominações com características sólidas, não há mais nada. Tudo é a mesma coisa: uma hora e meia de "louvor", meia hora de "ofertas" e quinze minutos de "pregação", ou meia hora de "palavra profética e apostólica". Que desgraça!

Hoje trouxemos os ídolos de volta aos templos: são castiçais, bandeiras de Israel, candelabros, reproduções de peças do tabernáculo do Velho Testamento, bugigangas e quinquilharias que vendemos, similares aos escapulários católicos que tanto criticávamos. Hoje não nos atemos a uma cruz sem Cristo, simbólica apenas. Hoje temos anjinhos, Moisés abrindo o Mar Vermelho, Cristo no sermão da Montanha. O que nos falta ainda? Nossas Bíblias, para serem boas, têm que ser do "Pastor fulano", com dicas de moda, culinária, negócios e guia turístico. Hoje temos Bíblias para mulheres, para homens, para crianças, para jovens, para velhos, só falta inventarmos a bíblia gay, a bíblia erótica, a bíblia do ladrão, a bíblia do desviado. Bíblias puras não prestam mais. E, mesmo tendo essas Bíblias direcionadas, QUASE NINGUÉM AS LÊ! Trazemos rosas para consagrar, rosas murchas para abençoar e virar incenso em casa, sal groso para purificar, arruda para encantar, folhas de oliveira de Israel e água do Rio Jordão (Tietê?) para abençoar, vara de Arão, de Moisés, e sabe lá de quem mais! Voltamos às origem idólatras! Parece o povo de Israel, que, ao morrer um rei justo, emporcalhavam o país com suas idolatrias e prostitutas cultuais. E se alguém ousa ser autêntico, é taxado de retrógrado. Com isso, surgem os terríveis fundamentalistas, que abominam tudo, ou os neopentecostais, que são capazes de transformar a igreja num circo, fazendo o povo rir sem parar ou grunhir como animais.

Meu Deus, o que será daqui há alguns anos? Será que teremos que inventar um nome novo para ser evangélico à moda antiga? Parece que batista, assembleiano, presbiteriano, luterano ou metodista não define muita coisa mais! Será que ainda haverá púlpitos que prestem, pastores que pastoreiem, louvores que louvem a Deus? Será que seremos obrigados a usar "piercing" para nos filiarmos a alguma igreja? Será que nossos cultos serão naturistas? Será que ainda haverá Deus em nosso sistema religioso?

É CLARO QUE HÁ EXCEÇÕES! E eu bendigo a Deus porque tenho lutado para ser uma dessas exceções. É claro que o meu querido leitor, pastor, louvador, membro de igreja, missionário, também tem buscado ser exceção. Mas eu não podia deixar de denunciar essa bagunça toda, esse frenesi maligno, esse fogo estranho no altar de Deus! Quando vejo colegas cuspindo no povo, para abençoá-los, quando vejo pastores dizendo ao Espírito Santo "pega! pega! pega!", como se fosse um cachorrinho, quando vejo pastores arrancando miúdos de boi da barriga dos incautos doentes que a eles se submetem, quando vejo um evangelho podre arrastando milhões, quando vejo colegas cobrando dez mil reais mais o hotel, ou metade da oferta da noite, para pregar o evangelho, então eu me humilho diante de Deus, e digo: "Senhor, me protege, não me deixa ser assim!"

Que Deus tenha piedade de nós.
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domingo, 19 de abril de 2009

O cérebro distingue Deus do Pai Natal

publicado na edição portuguesa do jornal Destak

Nota: Portugal ainda não implementou as normas do Acordo Ortográfico da Língua portuguesa (1990), razão da presença das consoantes mudas neste texto. Papai Noel é chamado do outro lado do Atlântico de Pai Natal. — Walter Dos Santos


À excepção de algumas «seitas» mais fanáticas, nem os católicos negam as evidências da Ciência, distinguindo perfeitamente entre a linguagem metafórica e poética do Antigo Testamento e a realidade, nem os cientistas têm a pretensão de provar ou negar a existência de Deus, como se as suas ressonâncias magnéticas e os seus apare-lhos tivessem a capacidade de captar e reduzir a uma "chapa" a complexidade do ser humano, do universo e de para aí além.

Mas a verdade é que a Fé não consegue deixar de fascinar os investigadores, ou não movessem montanhas. Agora foi a revista Newscientist a publicar um estudo, citado pela Lusa, em que cientistas dinamarqueses concluíram que a oração activa uma área do cérebro onde se processa o conhecimento social, ou seja, que rezar é como falar com um amigo.

O cérebro de 20 católicos praticantes foi "fotografado" no decorrer de três tarefas: enquanto recitavam o Pai Nosso, enquanto recitavam um poema, e uma terceira em que improvisavam orações pessoais, antes de fazerem pedidos ao Pai Natal.

Curiosamente, o Pai Nosso e o poema activaram a mesma área cerebral, mais propriamente a que está ligada à emuneração e repetição. Contudo, a oração improvisada pôs em funcionamento os circuitos utilizados quando se comunica com outra pessoa, e que nos concedem a capacidade de lhes imputar motivações e intenções.

Mas a complexidade não se fica por aqui: é que a reacção foi também diferente quando rezavam e quando se dirigiam ao Pai Natal: quando Deus era o interlocutor iluminavam o córtex pré-frontal (o que se acende quando comunicamos com pessoas reais), que se mantinha apagado no caso do Pai Natal, revelando assim considerá-lo uma figura fictícia, equiparada a um objecto ou a um jogo de computador.

A explicação é que «o cérebro não activa essas áreas por não esperar reciprocidade, nem considerar necessário pensar nas intenções do computador».

Assumindo uma postura cautelosa, o estudo termina concluindo que o que fica provado é, apenas, que quando os crentes rezam acreditam não só estar a falar com Deus, como que este os escuta. Já não é mau.
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Nomes indígenas em São Paulo

Como 19 de abril é o Dia do Índio, quero indicar um link para a revista Veja São Paulo. Nessa matéria, há um glossário com o significado dos nomes em tupi-guarani usados para as ruas, bairros e rios da cidade.
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Olhai as aves do céu...

Esta mensagem encontrei no blog Censurado, dedicado a cobertura política e cujo endereço você encontra na barra lateral direita. Eu não gosto de mascar cicletes, mas sei que muitos têm este hábito e todos devem proteger os animais. — Walter Dos Santos


Cidadania: cuidado, chiclete pode matar passarinhos — Atraídos pelo cheiro adocicado e pelo sabor de fruta, os passarinhos comem restos de chicletes deixados, irresponsavelmente, em qualquer lugar. Ao sentirem o chiclete grudando em seu biquinho, tentam, desesperados, retirá-lo com os pés... E aí, acontece o pior: acabam sufocados. Favor, embrulhe o chiclete num pedaço de papel e jogue-o no lixo. Repasse esta mensagem para que, principalmente as crianças, sejam conscientizadas. Seja você também, consciente, e, ajude a natureza.

Publicado originalmente no blog Censurado.
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Euclides volta ao Estadão. Em grande estilo


O pré-modernista Euclides da Cunha (1866-1909) saiu como correspondente de guerra d'O Estado de São Paulo para cobrir a Revolução de Canudos. Inicialmente, ele pensava que esta insurreição no nordeste da Bahia era uma campanha financiada pelos monarquistas. Suas observações in loco, porém, fizeram com que ele revisse suas posições e forneceram material para a obra que o imortalizou na literatura brasileira: Os Sertões. O centenário de sua morte e o processo de escrita do livro, comemorados pelo Estadão, são abordados no artigo abaixo. O texto foi publicado originalmente no portal Observatório da Imprensa, espaço voltado para a análise crítica da imprensa brasileira. — Walter Dos Santos



por Alberto Dines


Há tempos que nossa imprensa não consegue organizar uma efeméride com tanta inteligência e propriedade. O centenário da morte de Euclides da Cunha deveria ser lembrado no próximo dia 15 de agosto (sábado), mas o Estado de S.Paulo preferiu encarar a tarefa com uma saudável disposição jornalística.

No lugar das maçarocas habituais que serão empilhadas junto aos interessantíssimos "cadernos especiais" que nunca são lidos, a direção do jornalão preferiu produzir uma temporada euclideana iniciada em março e que poderá estender-se até o fim do ano.

Euclides da Cunha é um banquete para todos os gostos: os fãs de dramas sentimentais e tragédias gregas já foram regalados com o seriado da Globo (Desejo) apresentando em 1990 (reprisado em 1995-1996). A sangrenta e shakespeariana tragédia em Piedade (ou A Tragédia da Piedade ou ainda Uma Tragédia Brasileira), passional e patética, sem vilões, quanto mais lembrada mais compaixão desperta.

O soberbo Os Sertões, os livros subseqüentes, os relatos sobre o Alto Purus e a obra póstuma trazem um tom telúrico que contrasta vivamente com a noção amena de "Brasil brasileiro, mulato inzoneiro".

ESCRIVÃO CAMINHA RECOMENDA VISITAR
Euclides da Cunha: Wikipédia e Casa de Cultura Euclides da Cunha.
Os Sertões: Wikipédia e Guia do Estudante.
O autor e a obra: Academia Brasileira de Letras, Vidas Lusófonas e TV Cultura .
A Guerra de Canudos: Wikipédia, Portal Terra e Portfolium — Laboratório de Imagens.

Reportagem e reedição

As rememorações do Estadão começaram com a série de reportagens realizadas por Daniel Piza e Tiago Queiroz (fotos), no início de março, no território percorrido por Euclides no Alto Purus. E prosseguiram auspiciosamente na edição de domingo (12/4, caderno Cultura, pág. D-14) com o início da republicação de todos os textos e reportagens produzidos a convite do amigo-camarada Júlio Mesquita na antiga A Província de S. Paulo (hoje O Estado de S. Paulo).

Com ortografia atualizada e comentados por Walnice Nogueira Galvão – nossa euclidista mor –, os textos de Euclides deixam a primeira página do jornal para ganhar uma dimensão poligráfica, cósmica, que talvez não tivessem em 1888 (quando começaram a ser publicados).

O primeiro texto ("A Pátria e a Dinastia"), de 22 de dezembro de 1888, soa como um ensurdecedor ataque ao monarquismo pouco antes da sua derrubada. Ensurdecedor porque o fraseado e o palavreado são tão elaborados que lembram o clangor de uma poderosa banda marcial cuja força é perceptível, mas não seus acordes.

Graças ao Estadão estamos percorrendo um fascinante museu da imprensa e da cultura, examinando um texto perfeitamente entendido pelos 1.200 leitores que compraram a primeira edição de Os Sertões (1902), convertido 121 anos depois num quase enigma idiomático. A primeira frase tem doze linhas (nas medidas de hoje), três vírgulas, cinco adjetivos, dois advérbios de modo. E apesar do emaranhado gongórico, arrasadora.

Euclides e Hipólito

Esta viagem pelo jornalismo do fim do século 19 é um complemento à releitura do texto de abertura da edição de junho de 1808 do Correio Braziliense. Os dois autores, Hipólito da Costa e Euclides da Cunha, nasceram com uma diferença de 92 anos (1774 e 1866, respectivamente) e exibem curiosas semelhanças.

Polígrafos, multidisciplinares, um era maçom e o outro, positivista. Hipólito era um atento observador das transformações do seu tempo, anticlerical, antiescravista, fascinado pela ciência e novas tecnologias, democrata (admirador da revolução norte-americana, porém sem coragem de assumir-se antimonarquista). Euclides era um cientista, darwinista, filósofo, convicto democrata, ferrenhamente republicano, pan-americanista.

A convergência que nos interessa é a relação com o jornalismo. Hipólito é o pai do jornalismo brasileiro e seu primeiro teórico. Euclides é o primeiro grande repórter, testemunha ocular e, ao mesmo tempo, pensador.

Jornalistas? No tempo de Hipólito, as palavras journalisme (em francês) e jornalismo não haviam sido cunhadas. No tempo de Euclides, o jornal era composto por uma soma enorme de informações telegraphicas, entremeadas por opiniões, geralmente veementes. Alguns estudiosos – como a própria Walnice Nogueira Galvão – afirmam que Euclides da Cunha escrevia em jornal, mas não era propriamente um jornalista.

Em breve conheceremos os seus despachos sobre a quarta expedição contra Antônio Conselheiro em Canudos (1897) e estaremos em condições de julgar se são reportagens ou literatura. Ou – melhor ainda – se são um produto transgênico, combinação de jornalismo e literatura. Euclides seria assim o expoente de um new journalism gorado, que não chegou a maturar porque o autor, para sobreviver, precisou dedicar-se a outras atividades.

O Estadão está oferecendo a jornalistas e leitores uma esplêndida oportunidade para degustar um vintage da melhor qualidade. Num tempo em que as vindimas são tantas e inexpressivas que ninguém as distingue.
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quarta-feira, 1 de abril de 2009

O que é que Deus disse



por Walter Dos Santos*

Nunca vou me esquecer aquela história do homem que encontrou a Bíblia no lixo. Não me lembro a data, mas foi num domingo pela manhã entre os anos de 2004 a 2006 em que eu a ouvi. Eu era membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia Central de Brasília, mas frequentava todos os domingos pela manhã a Igreja Batista Memorial de Brasília. Como precisava melhorar o inglês (e ainda preciso), comecei indo por causa da Sunday School que era oferecida ali. Mas aproveitava e ficava para ouvir o sermão do culto dominical matutino.

Foi quando num destes cultos apareceram os Gideões Internacionais e um deles tomou a palavra antes do sermão do pastor local. Para quem não sabe, os Gideões são responsáveis pela entrega de Novos Testamentos em escolas, hospitais e hotéis. Entre as formas de financiamento da sua obra de evangelismo, eles percorrem as igrejas evangélicas, divulgam o seu trabalho e recolhem ofertas ao final do culto.

Pois o gideão contou a história de um lixeiro. Sim, um lixeiro. Num dia de trabalho comum, aconteceu algo inusitado em sua vida. Ao recolher os sacos de lixo para jogar no caminhão, ele percebeu que uma folha de papel havia caído de um dos sacos. Era apenas um fragmento rasgado de uma página da Bíblia, e continha apenas uma frase capaz de ser lida: “E disse Deus”.

Este único verso ficou martelando na cabeça daquele lixeiro e ele passou aquele dia e os próximos perguntando a si mesmo e a outras pessoas: “O que é que Deus disse?” Nenhum de seus colegas ou parentes sabia responder à pergunta, mas um homem disse que um “crente” saberia a reposta. No próximo domingo, ele procurou uma igreja evangélica perto de sua casa, contou a sua história a um dos membros e fez então a pergunta: “O que é que Deus disse?”.

O pastor e os membros daquela congregação lhe apresentaram Jesus Cristo como Salvador pessoal e lhe deram uma Bíblia, para que ele mesmo pudesse ler o que Deus disse em Sua Palavra. Semanas depois, ele foi batizado junto com a sua família.

QUEM É QUE USA QUEM?



Trouxe esta história à tona ao conversar com um amigo adventista sobre evangelismo. Segundo ele, o trabalho de entregar um jornal, folheto, revista para alguém dependia da relação do entregador com o Espírito Santo. Com Ele guiando essa entrega, ele dizia, o trabalho era um meio em que Deus operava. Sem o Espirito Santo, era mera planfetagem.

Mas “o que é que Deus disse” sobre a nossa tarefa de pregar o evangelho? "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado" — Marcos 16:15-16. Não há condições, nem ressalvas, nem pré-requisitos nessa ordem dada por nosso Salvador. Na ocasião, levantei algumas perguntas para o meu amigo:

Quem toca o coração dos perdidos e recebe a glória pela salvação dos homens: nós, pecadores indignos, ou o Deus Soberano do Universo???

Se Deus pode usar páginas rasgadas para alcançar as pessoas, por que Ele não pode nos usar???

Por que a bênção e a direção de Deus concedidas no momento em que a Bíblia foi produzida, o sermão foi gravado e o folheto escrito se perderiam nas mãos de um distribuidor "sem o Espírito Santo"???

Deus é menos poderoso na entrega da mensagem do que na produção da mensagem???

Em outras palavras: panfletagem de folhetos e revistas evangelísticos feita por uma pessoa com ou sem o Espírito Santo é evangelismo do mesmo jeito. Não estou dizendo que o Espírito Santo é dispensável, nem que não devemos buscá-Lo. É claro que um entregador de folhetos que se submete ao Espírito Santo será mais eficaz no trabalho evangelístico. Não por que essa submissão em si tornaria os folhetos e revistas mais frutíferos ou mais poderosos no evangelismo. Mas porque a pessoa seria um instrumento ADICIONAL e COMPLEMENTAR ao folheto para que o Espírito Santo pudesse alcançar a pessoa que recebe o material.

Devemos fugir de dois extremos igualmente errados e perigosos. O primeiro é CONFIAR demais em nossos esforços humanos para alcançar as pessoas para Jesus — dom da oratória, escrita eficaz, conhecimento bíblico, técnicas de persuasão, métodos evangelísticos, recursos tecnológicos, experiência de trabalho, etc. SEM o Espírito Santo a dirigir o processo, todos estes esforços serão INÚTEIS, resultando apenas em pecadores informados sobre o plano da salvação. E, é claro, tão condenados ao inferno, sem Deus e sem esperança no mundo quanto antes de nossos esforços para alcançá-los.

O segundo extremo é DESconfiar demais de nossos esforços humanos para alcançar as pessoas para Jesus — dom da oratória, escrita eficaz, conhecimento bíblico, técnicas de persuasão, métodos evangelísticos, recursos tecnológicos, experiência de trabalho, etc. COM o Espírito Santo a dirigir o processo, todos estes esforços serão MAXIMIZADOS, resultando em almas ganhas para o Reino de Deus. Precisamos resgatar pecadores, pelos mais diferentes meios possíveis, "para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em Mim [Jesus]" — Atos 26:18.

MENOS EXPERIÊNCIA, POR FAVOR

Com este segundo extremo, o astuto Satanás virou em 180 graus a mentalidade evangelística da igreja contemporânea. Hoje muitas pessoas falam MAIS que no passado de temas como o amor incondicional de Deus, uma experiência pessoal com o Senhor, a leitura devocional da Bíblia, um culto com menos liturgia e mais adoração (???), a necessidade do Espírito Santo, etc. Em compensação, estas mesmas pessoas vivem MENOS do que no passado a maioria destas coisas nas diversas igrejas. Não só no meio adventista e outras igrejas tradicionais, mas também (e especialmente) nas diversas igrejas pentecostais e renovadas. Mais pessoas se batizam e menos pessoas se convertem, mais pessoas andam pelos corredores dos templos e menos pessoas andam em novidade de vida, mais tempo é dedicado a música e a sermões existenciais e menos tempo é dedicado ao estudo da Bíblia e à oração, mais jovens são conquistados para a igreja e menos jovens participam ativamente dela.

Hoje, a busca por uma experiência cristã mais genuína (e isto significa 25 coisas para cada grupo de 30 pessoas) é tão intensa e tão elevada que chega a ser fantasiosa. As várias comunidades religiosas cristãs e não cristãs possuem alvos fixos para onde buscar o grau máximo de experiência religiosa: o nirvana, a vida monástica, o falar em línguas estranhas. Não saberia falar de outras comunidades de fé, mas posso falar do meu lar espiritual na família de Deus — a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Como os adventistas não têm em sua espiritualidade e teologia nenhum ponto de chegada tão claro para ser buscado pelos membros da denominação, cada um vai buscando uma coisa: êxtase musical no culto, vegetarianismo total, reforma do vestuário, conhecimento em detalhes das profecias, leitura integral dos livros de Ellen White, uma vida cheia de milagres e orações atendidas, o repensar da igreja rumo a uma comunidade semi-hippie de amor fraternal, etc. Não posso esquecer do mais novo (ou será semi-novo?) alvo proposto pelos livros de Jim Hohnberger: “fugir para Deus, buscando uma vida plena de poder".

Veja bem: não estou dizendo que estes alvos não devam ser buscados. Os adventistas do sétimo dia cremos na certeza da salvação e vida eterna em Jesus, mas cremos também que somos chamados a ser um povo piedoso que pensa, sente e age de acordo com os princípios do Céu. Nada há de errado em usar as disciplinas e alvos espirituais que mencionei para buscar este ideal de uma vida cristã mais abundante e rica em nosso preparo para a volta de Cristo. O problema é que enquanto o ideal não chega, não fazemos o real: alcançar os perdidos que estão fora e conservar os irmãos que estão dentro.

Isto acontece devido a uma má compreeensão da vida cristã. Ok, o modelo a que somos chamados a imitar não é o homem ou mulher ao nosso redor, mas o Filho de Deus. Reconheço (em mim mesmo) que, comparados a Ele, ainda não somos nem estamos dignos, amorosos, santos, verdadeiros, espontâneos, prontos, sinceros, convertidos, conhecedores, desapegados, preparados, revestidos, espirituais, santificados o suficiente que devemos poderíamos ser e estar.

Mas devemos olhar não para nós, mas para Jesus; não para uma experiência a ser alcançada no futuro, mas para a obra completada no passado na cruz; não para nossas próprias obras para Deus, mas para as obras de Deus feitas por nós. Pois fomos alcançados pela graça "que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado [Jesus], no qual temos a redenção, pelo Seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da Sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência" — Efésios 1:6-8.

Será que nos julgamos menos inteligentes do que a jumenta de Balaão para que Deus possa falar por nós? Por acaso somos mais duros do que as pedras mencionadas por Jesus para clamar em favor de nosso Rei?

Paremos de dar ouvidos às mentiras do Inimigo de Deus e ouçamos a voz de Quem quer nos usar para avançarmos o Reino de Deus na terra e apressarmos o dia da volta de Jesus. "Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós". — 2 Coríntios 4:5-7.

*Walter Dos Santos é um jornalista apaixonado por Cristo e pela literatura que mantém o Portal Escrivão Caminha (escrivaocaminha.blogspot.com). A reprodução deste texto é autorizada desde que seja mencionado este crédito.
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