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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Qual é o objetivo do jejum religioso?

por Ángel Manuel Rodríguez
traduzido por Walter Mendes*


Qual é o objetivo do jejum religioso? Para algumas pessoas que eu conheço, ele parece quase um ritual que nos traz méritos diante de Deus.

Sua pergunta trata de uma prática religiosa que parece não ser tão comum na igreja e na vida do membro individual quanto costumava ser. Vamos dar uma olhada nas passagens e narrativas da Bíblia em que essa prática é mencionada.

1. Prática e tipos de Jejum


O jejum não significa necessariamente abstenção total de comida e bebida. Em alguns casos, houve abstenção total por um período prolongado de tempo; mas nesses casos o próprio Deus parece ter sustentado a pessoa (Êxodo 34:28; cf. Mateus 4:2). Alguns jejuaram por curtos períodos de tempo sem comer e beber (Ester 4:16; Atos 9:9). Mas tudo indica que um jejum normal permitia o consumo de água a fim de evitar o risco de desidratação (Levítico 23:14), especialmente num clima quente, além da abstenção de comida apenas durante as horas claras do dia (2 Samuel 1:12; 3:35) – algo parecido com o moderno jejum muçulmano durante o Ramadã. Tudo indica também que jejuar durante a noite era algo pouco comum (Ester 4:16). A Bíblia também menciona jejuns parciais, que consistiam no consumo de quantidades limitadas de comida mais simples (Daniel 10:2,3).

A duração do jejum variava. Lemos sobre jejuns de 40 dias (Deuteronômio 9:9), sete dias (1 Samuel 31:13), três dias (Ester 4:16), um dia (2 Sm. 3:35) e, ao que tudo indica, um jejum de apenas uma noite (Daniel 6:18). Havia jejuns comunitários: Deus ordenou aos israelitas que jejuassem durante o Dia da Expiação (Levítico 16:29); em algumas ocasiões, os líderes pediam ao povo para jejuar (Juízes 20:26; 2 Crônicas 20: 3); ou os profetas convocavam um jejum (Joel 2:12,13). Mas o jejum privado era uma prática mais comum.

2. Conceitos associados ao jejum


O jejum está intimamente relacionado a orações de cura e libertação (Salmo 35:13) e à adoração (Atos 13: 2). Mas também é praticado no contexto de uma calamidade presente ou futura (Ester 4: 1-4), de luto (2 Samuel 1:12), na escolha de líderes da igreja (Atos 13: 2,3), como um sinal de arrependimento (Jonas 3: 5) e como uma expressão de devoção a Deus (Lucas 2:37). Jesus condenou a ostentação no jejum, que buscasse impressionar os outros com a própria espiritualidade. Ele incentivou o jejum privado (Mateus 6:16-18).

3. Significado básico do jejum


É difícil encontrar um objetivo fundamental para o jejum presente em todas as suas formas, mas um chega bem próximo do ideal. Tudo indica que o jejum é a expressão externa do total comprometimento e dependência interna da pessoa no poder de Deus de preservar e resgatar. As Escrituras descrevem o ser humano como uma unidade individual de vida autoconsciente inseparável do corpo. Os sentimentos e emoções não são meras experiências internas que temos à parte do corpo; eles estão intrinsecamente relacionados com nossa corporalidade e se expressam através de nosso corpo. Não existe maneira alguma de expressar sentimentos, emoções e religiosidade a não ser por meio de nossa existência corporal.

Deus deve ter informado a Adão e Eva que eles teriam de cooperar com Ele na preservação de suas vidas por meio da ingestão de alimentos (Gênesis 1:29). A falta de vontade de comer, ou de comer alimentos apropriados, indicaria falta de vontade de submeter-se a Seu plano para eles (Gênesis 2:9). Tal atitude seria a expressão física/corporal de um espírito de rebelião. Consequentemente, o jejum indicaria uma falta de vontade de cooperar com Deus na preservação de nossa vida.

Contudo, a Bíblia indica o jejum como uma expressão legítima de devoção e compromisso com Deus. Nesse caso, a privação de alimentos não é uma forma de rebelião, mas um reconhecimento de que a vida pode ser, no fim das contas, preservada apenas por nosso Criador e Redentor. Ao jejuar, entregamos nossa vida totalmente aos cuidados e misericórdia de Deus. Isso expressa um compromisso total e absoluto, uma entrega amorosa e confiante de nossa vida a Deus como o único que pode nos resgatar da opressão do pecado.

Finalmente, ao jejuar nos identificamos com os necessitados e oprimidos e permitimos que Deus nos use para enriquecer a vida deles (Isaías 58:6-7).

Um ritual que nos traz méritos diante de Deus? Não há nada de meritório em entregar-se a Ele. O jejum é, na verdade, um reconhecimento da nossa dependência de Deus.

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*Traduzido do texto original "What is the purpose of religious fasting?", de Ángel Manuel Rodríguez.

Direitos reservados ao Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

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domingo, 21 de junho de 2015

Motivos para Agradecer


É a promessa de Deus para Seus filhos!


“Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê.”
– Deuteronômio 8:17-19, ARA*

“Bendito seja o Senhor, pois ouviu as minhas súplicas. O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, e dele recebo ajuda. Meu coração exulta de alegria, e com o meu cântico lhe darei graças.”
– Salmo 28:6-7, NVI*

“Quem me oferece sua gratidão como sacrifício, honra-me, e eu [o Senhor] mostrarei a salvação de Deus ao que anda nos meus caminhos.”
– Salmo 50:23, NVI

“Venham! Cantemos ao Senhor com alegria! Aclamemos a Rocha da nossa salvação. Vamos à presença dele com ações de graças; vamos aclamá-lo com cânticos de louvor. Pois o Senhor é o grande Deus, o grande Rei acima de todos os deuses.”
– Salmo 95:1-3, NVI

“Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico. Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio. Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome. Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade.”
– Salmo 100, ARA

“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades; quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia; quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.”
– Salmo 103:1-5, ARA

“Aleluia! Deem graças ao Senhor porque ele é bom; o seu amor dura para sempre. Quem poderá descrever os feitos poderosos do Senhor, ou declarar todo o louvor que lhe é devido?”
– Salmo 106:1-2, NVI

“Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. Cumprirei os meus votos ao SENHOR, na presença de todo o seu povo."
– Salmo 116:12-14, ARA

“Orarás naquele dia: Graças te dou, ó SENHOR, porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolas. Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o SENHOR Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós, com alegria, tirareis água das fontes da salvação. Direis naquele dia: Dai graças ao SENHOR, invocai o seu nome, tornai manifestos os seus feitos entre os povos, relembrai que é excelso o seu nome. Cantai louvores ao SENHOR, porque fez coisas grandiosas; saiba-se isto em toda a terra. Exulta e jubila, ó habitante de Sião, porque grande é o Santo de Israel no meio de ti.”
– Isaías 12, ARA

“Portanto eu [Jesus] lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: Que vamos comer? ou Que vamos beber? ou Que vamos vestir? Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.”
– Mateus 6:25-34, NVI

“Sempre dou graças a meu Deus por vocês, por causa da graça que lhes foi dada por ele em Cristo Jesus. Pois nele vocês foram enriquecidos em tudo, isto é, em toda palavra e em todo conhecimento, porque o testemunho de Cristo foi confirmado entre vocês, de modo que não lhes falta nenhum dom espiritual, enquanto vocês esperam que o nosso Senhor Jesus Cristo seja revelado.”
– 1 Coríntios 1:4-7, NVI

“Como está escrito: ‘Distribuiu, deu os seus bens aos necessitados; a sua justiça dura para sempre’ [Salmo 112:9]. Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e multiplicará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça. Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus.”
– 2 Coríntios 9:9-11, NVI

“Por essa razão, desde que ouvi falar da fé que vocês têm no Senhor Jesus e do amor que demonstram para com todos os santos, não deixo de dar graças por vocês, mencionando-os em minhas orações. Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força.”
– Efésios 1:15-19, NVI

“Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!”
– Efésios 3:20-21, NVI

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.”
– Efésios 5:18-21, ARA

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.”
– Filipenses 4:6-7, ARA

“Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai.”
– Colossenses 3:15-17, NVI

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
– 1 Tessalonicenses 5:18-19, ARA
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Versões bíblicas

*As passagens com a sigla ARA foram extraídas da Bíblia Almeida Revista e Atualizada; os versos indicados pela sigla NVI, da Bíblia Nova Versão Internacional.

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terça-feira, 16 de junho de 2015

Argumentos equivocados no debate sobre ordenação de mulheres

por Pr. Matheus Cardoso


O Instituto de Pesquisa Bíblica da Igreja Adventista do Sétimo Dia preparou alguns materiais neutros apontando vários argumentos ilegítimos usados a favor e contra a ordenação de pastoras. {Um tema que será levado a debate e voto na 60º Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em San Antônio (no Texas, EUA), de 2 a 11 de julho de 2015.} Confira se você já não ouviu algum:

Argumentos equivocados CONTRA a ordenação


"A ordenação de mulheres [ou de pastoras; também ao longo de todo o texto] é inaceitável porque seus defensores usam formas de teologia liberal e abordagens críticas à Bíblia."
"A ordenação de mulheres é inaceitável porque estaria ligada ao apoio do estilo de vida homossexual."
"A ordenação de mulheres é inaceitável por causa da agenda feminista militante e do domínio das mulheres."
"A ordenação de mulheres é inaceitável porque, apesar de discutir o assunto por mais de 40 anos, a igreja nunca a aceitou oficialmente."
"A ordenação de mulheres é inaceitável porque se opõe à compreensão tradicional do papel e das funções das mulheres. Ela milita contra as relações familiares que são descritas [na Bíblia] em termos de submissão."
"A ordenação de mulheres é inaceitável por razões práticas. Novidades criam ansiedade e desestabilizam a situação."

Argumentos equivocados A FAVOR da ordenação


"A ordenação de mulheres é necessária por causa de um consenso cultural e da sociedade."
"A ordenação de mulheres é necessária porque, já que outras igrejas decidiram ordenar pastoras, os adventistas não devem ser os últimos a fazê-lo."
"A ordenação de mulheres é necessária porque os primeiros adventistas possivelmente apoiavam as mulheres no ministério e talvez tenham ordenado algumas mulheres."
"A ordenação de mulheres é necessária porque é antiético não ordenar mulheres."
"A ordenação de mulheres é necessária porque mudanças acontecem regularmente e essa é inevitável."
"A ordenação de mulheres é necessária por razões práticas."


"Em áreas nas quais a Bíblia não contém mandamentos explícitos, os adventistas NÃO aderem a nenhuma das seguintes abordagens: (1) o que as Escrituras não proíbem é permitido [...] e (2) o que as Escrituras não permitem é proibido."

"Parece que, depois que a Comissão de Estudo sobre a Teologia da Ordenação concluiu seus trabalhos, o debate alcançou um novo nível, que, em nossa opinião, é prejudicial à igreja. [...] Temos a impressão de que a discussão não mais é bíblico-teológica, mas que indivíduos e grupos estão criticando e condenando fortemente uns aos outros. Em teologia [assim como em filosofia], nos referimos a isso como argumentos ad hominem [o que é uma falácia, isto é, um argumento ilegítimo]. [...]

"O debate sobre ordenação não tem nada a ver com os ensinos bíblicos mais fundamentais. Esse tema não pertence ao núcleo das crenças adventistas. Portanto, é ainda mais preocupante [...] ver pessoas envolvidas no debate repelindo, ofendendo e condenando um ao outro porque estão em lados diferentes do debate sobre ordenação."

Leia os artigos completos:


"Some Wrong and Right Reasons in the Women’s Ordination Debate", de 
Ekkehardt Mueller.

"The Biblical Research Institute and the Issue of Women’s Ordination to the Pastoral Ministry"
de Ekkehardt Mueller.



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10 Grandes razões contra a ordenação de homens ao pastorado*

Ben Witherington, autor do blog que 
publicou este texto originalmente.
por Ben Witherington
traduzido por Walter Mendes**

(Uma salva de palmas a Jason Jackson*** por isso).

10. Lugar de homem é no quartel.

9. No caso de homens com filhos, seus deveres podem desviá-los das responsabilidades de pai.

8. A constituição física mostra que os homens estão mais adequados a tarefas como cortar cana e caçar onças no meio do mato. Não seria "natural" para eles realizar outras formas de trabalho.

7. O homem foi criado antes da mulher. É óbvio, portanto, que o homem era uma versão preliminar de teste. Dessa maneira, eles são um mero ensaio, não o "gran finale" da criação.

6. Os homens são emocionais demais para serem sacerdotes ou pastores. Pode-se comprovar isso facilmente vendo o comportamento deles num jogo de futebol e assistindo a corridas de Fórmula 1 ou lutas de MMA.

5. Alguns homens são bonitos. Eles vão tirar a atenção das mulheres no momento de adoração.

4. Ser um pastor ordenado é alimentar a congregação. Mas isso não é um papel tradicional dos homens. Pelo contrário: ao longo da história, as mulheres têm sido consideradas não só como mais qualificadas do que os homens na tarefa de alimentar outras pessoas, mas também como atraídas com mais frequência do que eles para esse tipo de atividade. Isso faz delas a escolha óbvia para a ordenação.

3. Homens são propensos demais a agir com violência. Nenhum homem de verdade quer acertar as contas usando outro meio que não seja lutando com as próprias mãos. Por isso, eles seriam modelos ruins de comportamento, além de seres perigosamente instáveis em posições de liderança.

2. Homens ainda podem se envolver nas atividades da igreja, mesmo sem ser ordenados. Eles podem assentar pisos e revestimentos, consertar o forro e fiação do templo, ficar de vigias no estacionamento e talvez até reger o coral no programa do Dia dos Pais. Limitando-os a esses papéis tipicamente masculinos, eles ainda podem ser de grande valia na vida da Igreja.

1. No relato do Novo Testamento, a pessoa que traiu Jesus foi um homem. Por isso, sua falta de fé e sua punição posterior permanecem como um símbolo do lugar de submissão que todos os homens deveriam ocupar.

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Notas:

*Alerta: Este é um texto carregado de ironia e não tem o propósito de combater a ordenação de pastores homens. Ele apenas procura responder à seguinte pergunta: "Como ficariam os argumentos contra a ordenação de mulheres se usássemos a mesma lógica para falar contra a ordenação de homens?"


**Traduzido do texto original em inglês "Top 10 Reasons Why Men Shouldn’t Be Ordained".


***Ao que tudo indica, este Jason Jackson é um leitor que compartilhou o texto com o autor do blog linkado na nota anterior.

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domingo, 14 de junho de 2015

É pecado ou errado ser rico?

"Cristo e o Jovem Rico" (1889), de Heinrich Hofmann. 
por Walter Mendes
O relato do jovem rico, narrado em três dos quatro evangelhos (Mateus 19: 16-26; Marcos 10:17-31 e; Lucas 18:18-30), talvez seja uma das histórias bíblicas mais conhecidas e mal-entendidas. Em resumo: um rapaz pergunta a Jesus o que deve fazer para ter a vida eterna, e o Salvador lhe diz, ao final do relato, para vender tudo o que tem e dar aos pobres.

Por causa dessa ordem dada ao jovem, muitos dentro e fora das igrejas acreditam que a riqueza é incompatível com o evangelho, que o rico não pode se salvar, que todo rico deveria entregar seus bens aos pobres etc. Mas será isso verdade? O pedido de Jesus ao jovem rico deve ser estendido a todas as pessoas abastadas que queiram seguir ao Salvador?

1) JESUS TINHA SEGUIDORES RICOS

Ao contrário do que muitos imaginam, Jesus contava com pessoas abastadas entre Seus adeptos. Foi o caso das mulheres ricas que seguiam a Jesus e financiavam Seu ministério:

"Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados proclamando as boas novas do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens."
– Lucas 8:1-3, NVI

Foi o caso de José de Arimateia, que cedeu seu túmulo para enterrar o corpo de Jesus:

"Ao cair da tarde chegou um homem rico, de Arimatéia, chamado José, que se tornara discípulo de Jesus. Dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus, e Pilatos ordenou que lhe fosse entregue. José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo de linho e o colocou num sepulcro novo, que ele havia mandado cavar na rocha. E, fazendo rolar uma grande pedra sobre a entrada do sepulcro, retirou."
– Mateus 27:57-60, NVI

Também foi o caso de "um homem rico chamado Zaqueu, chefe dos publicanos", cujo relato de conversão pode ser lido em Lucas 19:1-10.

2) O CASO DO JOVEM RICO

Como explicar o relato do jovem rico e a ordem dada a ele para que vendesse tudo o que tinha e desse aos pobres?

Primeiro, o problema da riqueza, segundo Jesus, é que ela leva seu possuidor a confiar mais nos bens terrenos do que no poder de Deus, além de focar-se mais neste mundo provisório do que no futuro reino de Deus. Foi o que Ele ensinou em passagens como a seguinte:

“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração."
– Mateus 6:19-21, NVI

Segundo, o relato do jovem rico não pode nem deve ser usado para combater ou condenar os ricos ou a riqueza em si. Jesus pediu ao jovem que vendesse tudo o que tinha e desse aos pobres, é verdade. Mas em momento algum fez o mesmo pedido às mulheres ricas que o seguiam, ao rico José de Arimateia ou ao rico Zaqueu. O caso desses homens e mulheres abastados nos Evangelhos mostra que a riqueza não é impedimento para alguém abastado seguir a Jesus. O problema não é a riqueza, mas o valor atribuído a ela por seu possuidor.

Terceiro, Jesus disse que é impossível a um rico entrar nos Céus, sim. Mas também disse que Deus faz coisas impossíveis – o que inclui transformar o coração de um rico para ele entrar nos Céus. Tanto a impossibilidade humana quanto a onipotência divina encontram-se no final do mesmo relato:

"Então Jesus disse aos discípulos: 'Digo-lhes a verdade: Dificilmente um rico entrará no Reino dos céus. E lhes digo ainda: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus'. Ao ouvirem isso, os discípulos ficaram perplexos e perguntaram: 'Neste caso, quem pode ser salvo?' Jesus olhou para eles e respondeu: 'Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis'”.
– Mateus 19:23-26, NVI

3) O EVANGELHO NÃO CONDENA A RIQUEZA EM SI

Jesus contou a parábola dos talentos em Mateus 25:14-30. Nela, Ele se compara a um homem rico que viaja e entrega seus bens aos servos para administrá-los enquanto está fora. Nenhuma crítica direta ou indireta à riqueza é encontrada nessa parábola, na qual fica implícito o apoio de Jesus a coisas como poupança, investimento em ações ou títulos, além do comércio em geral.

Em outro trecho, Lucas 12:13-21, ele conta a parábola do rico insensato. O que ele critica ali não é a riqueza, mas a ganância que surge ao se confiar na riqueza e se esquecer de Deus. Riqueza que não terá nenhum valor quando todos, pobres e ricos, forem chamados a prestar contas de seus atos perante o Grande Juiz.

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16 fatos interessantes sobre ordenação de mulheres na Igreja Adventista do Sétimo Dia


por Pr. Matheus Cardoso

1 – A IASD tem pastoras, pelo menos, desde 1872.
2 – Proporcionalmente, havia mais pastoras na época de Ellen White do que hoje.
3 – Ellen White jamais disse algo negativo sobre a existência de pastoras.
4 – Ellen White fez muitas declarações positivas sobre mulheres no ministério.
5 – A ordenação de mulheres tem sido discutida na IASD pelo menos desde 1881. E, a partir desse ano, Ellen White recebeu o salário de um pastor ordenado.
6 – A partir de 1884, Ellen White foi listada como “ministro ordenado" (em inglês, “ordained minister” – gênero neutro) no anuário da Associação Geral (Yearbook). Ela possuiu credenciais ministeriais a partir de 1871, e recebeu certificado de ordenação em 1883 e em outros anos, como 1887, 1899, 1909 e 1913. (No entanto, é verdade que Ellen White jamais foi ordenada por mãos humanas. Em 1911, ela escreveu: “Na cidade de Portland, [em 1845,] o Senhor me ordenou como Sua mensageira, e ali meus primeiros labores foram dedicados à causa da verdade presente” [Filhas de Deus, p. 252]).
7 – O debate atual na IASD não diz respeito à ordenação de mulheres em si. A Associação Geral estabeleceu a ordenação de diaconisas em 1975 (reafirmada em 1985 e 2010).
8 – O voto na assembleia da Associação Geral, em julho deste ano, não estará relacionado à existência de pastoras. Desde 1990, a Associação Geral autoriza mulheres a serem ministros “comissionados”.
9 – Atualmente, a IASD possui mais de 320 pastoras, incluindo mais de 120 na América do Norte {em algumas regiões dos Estados Unidos, além de outras na Holanda, partes da Alemanha e em toda a China}. A igreja continuará a ter pastoras, independentemente do resultado da votação deste ano.
10 – Pastoras “comissionadas” já exercem, nas igrejas locais, os mesmos papéis e funções que os pastores “ordenados”: ambos os grupos pregam; dão estudos bíblicos; batizam; realizam casamentos, dedicação de crianças e funerais; oficiam a ceia; lideram reuniões administrativas etc.
11 – A distinção entre pastoras “comissionadas” e pastores “ordenados” não tem a ver com “ser o cabeça” (em inglês, “headship”). “Cristo, não o ministro, é o cabeça da igreja” (Ellen G. White, Signs of the Times, 21 de janeiro de 1890).
12 – Tanto pastores quanto pastoras são dedicados numa cerimônia de oração e imposição de mãos. A diferença é que o certificado dos pastores diz “ministro ordenado”, enquanto o certificado das pastoras diz “ministro comissionado”.
13 – Em 1975, um comitê de estudiosos adventistas, estabelecido pela Associação Geral, não encontrou obstáculos teológicos para ordenar mulheres ao ministério pastoral.
14 – Em 1976, o Instituto de Pesquisa Bíblica da sede mundial da IASD concluiu: “Se Deus chama uma mulher, e o ministério dela é frutífero, por que a igreja deveria se recusar a oferecer seu reconhecimento oficial?”.
15 – Em 2014, o Comitê de Estudo da Teologia da Ordenação, estabelecido pela Associação Geral, chegou ao consenso de que a Bíblia pode ser usada, de maneira legítima, para apoiar a ordenação e a não ordenação de mulheres ao ministério pastoral, e de que os defensores de ambas as posições estão plenamente comprometidos com a teologia e a missão da IASD. Dois terços dos membros do comitê concluíram que a Bíblia e os escritos de Ellen White permitem a ordenação de mulheres ao ministério pastoral.
16 – Em 2014, a Associação Geral e os líderes das Divisões mundiais declararam, com unanimidade, que a questão não pode ser decidida teologicamente (isto é, pelo estudo da Bíblia {ela não proíbe, nem manda ordenar mulheres}), mas será decidida administrativamente (tendo em vista a unidade e a missão da igreja).

Para saber mais sobre o tema, acesse: http://teologiadaordenacao.blogspot.com.br/

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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Sobre a ordenação de mulheres ao pastorado


por Walter Mendes

Em resposta a uma foto que publiquei no Facebook em favor da ordenação de mulheres ao pastorado adventista, um amigo me recomendou assistir a um vídeo postado na página da TV Terceiro Anjo no YouTube. Como quase todos os adventistas sabem, a ordenação de mulheres ao pastorado será votada em julho próximo no Texas (EUA) durante a 60ª Conferência Geral 2015 da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

O que se segue abaixo são uma resposta aos argumentos apresentados no vídeo postado na página da TV Terceiro Anjo no YouTube.

Em primeiro lugar, o pastor cita o texto paulino de 1 Timóteo 2:12-13, em que lemos que a mulher não deve exercer autoridade sobre o homem:

"E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio. Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva."
– 1 Timóteo 2:12-13, ARA

Mulheres têm tido um papel fundamental no ensino da Bíblia e pregação do evangelho na Igreja Adventista do Sétimo Dia desde sua fundação em 1863. A começar pelo ministério de uma de seus 3 fundadores, a saber a americana Ellen G. White. Elas ensinam crianças, jovens e adultos nas Escolas Bíblicas Sabatinas, além de pregarem regularmente nos púlpitos de diversas igrejas locais.

Há mulheres anciãs (presbíteras, conforme a nomenclatura de outras igrejas) em diversas igrejas locais mundo afora, incluindo no Brasil. Há mulheres pastoras em algumas regiões dos Estados Unidos, na Holanda, partes da Alemanha e em toda a China, mas elas (ainda) não são ordenadas oficialmente dentro do Adventismo. Contudo, diaconisas são ordenadas oficialmente na Igreja Adventista do Sétimo Dia desde 2010.

Se a interpretação bíblica do pastor do vídeo está correta, devemos então rejeitar o ministério e as publicações de Ellen G. White, uma mulher que exerceu e exerce autoridade sobre os homens adventistas desde 1844. E isso não é força de expressão: a história do Adventismo mostra que ela já confrontou presidentes de associações locais e da Conferência Geral em seus dias para que abandonassem erros pessoais e administrativos.

Igualmente deveríamos ser coerentes como outras igrejas evangélicas fazem ao interpretar literalmente esse texto, não permitindo que a mulher tenha qualquer cargo na Igreja exceto o de professora de crianças na Escola Bíblica. Uma mulher que pregue na igreja local, tenha qualquer cargo de liderança em qualquer departamento ou seja professora de qualquer classe de Escola Sabatina está exercendo autoridade sobre os homens debaixo dela.

Segundo ponto: é verdade que Paulo diz que os anciãos e pastores devem ser maridos de uma só mulher (1 Timóteo 3:12; Tito 1:5-9), outro argumento bíblico usado pelo pastor do vídeo. Mas o assunto em questão é que o líder cristão não deve ser polígamo – algo comum nos tempos do Novo Testamento. Não se trata de uma qualificação 'sine qua non' que exclua a liderança feminina, permitindo o ancionato ou pastorado apenas para homens cristãos. Do contrário, devemos ser coerentes e descartar a prática adventista de separar homens solteiros e viúvos para o ancionato ou o pastorado – pois essa é a leitura mais literal do texto.

Terceiro, Deus não criou Adão e Eva para que um dominasse sobre o outro, como sugere o pastor no vídeo. O texto de Gênesis é bem claro ao dizer que ambos carregavam em si a imagem de Deus (1:26-27) e que a mulher seria uma auxiliadora do homem (2:18) – uma igual a ele. É muito bonito a forma como Ellen G. White explica esse texto no "Patriarcas e Profetas", págs. 18-19:

"O próprio Deus deu a Adão uma companheira. Proveu-lhe uma 'adjutora' — ajudadora esta que lhe correspondesse — a qual estava em condições de ser sua companheira, e que poderia ser um com ele, em amor e simpatia. Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão, significando que não o deveria dominar, como a cabeça, nem ser pisada sob os pés como se fosse inferior, mas estar a seu lado como igual, e ser amada e protegida por ele. Como parte do homem, osso de seus ossos, e carne de sua carne, era ela o seu segundo eu, mostrando isto a íntima união e apego afetivo que deve existir nesta relação." 

A submissão da mulher ao homem veio apenas com a entrada do pecado em Genesis (3:16), não sendo parte do propósito original de Deus. Paulo diz em Gálatas 3:28 que na nova ordem trazida por Jesus não há diferença entre homem e mulher, entre judeus e gentios, entre escravos e livres. Defender o contrário é defender um machismo disfarçado em busca de respaldo na Palavra de Deus.

"Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus."
– Gálatas 3:26-28, NVI

Em quarto lugar, há certas coisas que podemos admitir sem que isso signifique reinterpretar a Bíblia ou deixar a ética de Deus num campo vago, como diz o pastor no vídeo. Primeiro fato negado pelo pastor no vídeo: a Bíblia foi influenciada pela cultura em que ela foi escrita sim e existe um ideal de Deus que não foi plenamente atingido no Novo Testamento. Por exemplo, os cristãos não devem aceitar hoje a poligamia (por mais que não houvesse um mandamento contra ela no AT) nem a escravidão (mesmo que ela não fosse combatida com todas as letras no NT). Tais práticas vão contra o ideal de Deus no Éden e contra o espírito do Evangelho, mesmo que não haja um mandamento expresso contra a poligamia e a escravidão.

Segundo fato negado pelo pastor no vídeo: certas normas foram dadas apenas a uma situação local do povo de Deus. Igualmente acreditamos que não são válidas para hoje ordens como aquelas para o uso do véu na igreja (1 Coríntios 11:3-16), para as mulheres ficarem caladas na igreja (1 Coríntios 14:34-35) ou para nos saudarmos com “ósculo santo” (Romanos 16:16; 1 Coríntios 13:12; 16:20; 1 Tessalonicenses 5:26; 1 Pedro 5:14). Esse “ósculo santo” seria um beijo no rosto de saudação entre homens e entre mulheres, tal como é feito na Argentina ou na França. Apesar de estarem em diversas cartas do Novo Testamento, tais ordens não são princípios universais a serem seguidos por todos os crentes de todas as épocas e todas as culturas.

Em quinto lugar, chega a ser intelectualmente desonesto e blasfemo à Palavra de Deus comparar um princípio moral, universal e explícito na Bíblia como a guarda do sábado com uma questão cultural, local e sem respaldo a favor ou contra nas Escrituras como a ordenação de mulheres, como faz o pastor desse vídeo. Além de ignorar princípios elementares de interpretação da Palavra de Deus, o pastor do vídeo ignora que os adventistas sempre fizeram a separação entre princípios e mandamentos de aplicação universal e ordens de aplicação restrita e cultural.

Por exemplo, os adventistas guardam o sábado conforme exigem os Dez Mandamentos (Êxodo 20:8-11), mas não apedrejamos nem condenamos quem acenda fogo nesse dia (Êxodo 35:3; Números 15:32-36) – a Bíblia manda fazer as duas coisas. Igualmente não deixamos de condenar o adultério (Êxodo 20:14) pelo fato de não apedrejarmos os adúlteros (Levítico 20:10) – a Bíblia ensina ambas as coisas. Também não deixamos de ensinar o dízimo aos membros em nossos estudos bíblicos (um princípio que cremos ser universal) apesar de a Bíblia descrever que o dízimo era entregue em 90% dos casos na forma de animais, vegetais e vinho (Levítico 27:30-33; Deuteronômio 12:17-18; 14:22-27; 2 Crônicas 31:4-7) levados ao sacerdote no templo – uma ordem local e temporal.

Sexto, é completamente desonesta a forma como o pastor do vídeo associa um possível voto a favor da ordenação de mulheres ao risco de uma futura ordenação de pastores gays ou pastoras lésbicas. Primeiro, não há relação alguma entre uma coisa e outra, como se uma levasse necessaria ou inevitavelmente à outra. Numa lista de 21 igrejas citadas por nome num site contra a ordenação de mulheres, podem ser contadas 11 igrejas que ordenam mulheres, mas não ordenam pastores gays ou pastoras lésbicas.

Além disso, podemos mencionar no mesmo caminho de ordenar mulheres mas não GLBT as igrejas batistas da Alemanha e da Suíça (Bund Evangelisch-Freikirchlicher Gemeinden e Bund Schweizer Baptistengemeinden), bem como diversas igrejas batistas americanas filiadas à Southern Baptist Convention (algumas apenas), à American Baptist Churches USA, à North American Baptist Conference, à Alliance of Baptists, à Cooperative Baptist Fellowship (CBF) National Baptist Convention e à Progressive National Baptist Convention. Sem contar diversas igrejas como as menonitas, morávias, presbiterianas (exceto a PCUSA), pentecostais e reformadas nos EUA e Europa que também ordenam mulheres sem ordenar ou querer ordenar pastores gays ou pastoras lésbicas.
Para encerrar esse ponto e partir para a conclusão, lembro que a IASD ordena pastores homens e pastoras mulheres em algumas regiões dos Estados Unidos, na Holanda, partes da Alemanha e em toda a China sem defender ou discutir a agenda ligada aos direitos dos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis.

Finalmente, a IASD possui doutrinas bíblicas fundamentais estabelecidas (entre as 28) sobre matrimônio e família e sobre a criação. Além de uma declaração oficial clara contra a prática do homossexualismo. Isso não acontece com as denominações citadas no vídeo que apoiam/defendem a agenda ligada aos direitos dos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis.
Ao contrário dos anglicanos, luteranos evangélicos, episcopais e metodistas unidos dos EUA, citados no vídeo, os adventistas do sétimo dia não somos uma denominação com um histórico de décadas de liberalismo teológico nem menosprezo ao método gramático-histórico – a abordagem adotada por nós e outras igrejas conservadoras na interpretação da Bíblia. (As denominacões citadas no vídeo e abertas a pastores gays e lésbicas usam o método histórico-crítico.)

As Divisões Norte-Americana e Trans-Europeia citadas no vídeo não reinventaram a roda ao fazer sua interpretação pró-ordenação, nem estão se desviando da interpretação correta ou tradicional da IASD. Elas apenas estão seguindo o método de estudo e interpretação das Escrituras segundo a declaração aprovada e votada pela Comissão Executiva da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, na sessão do Concílio Anual no Rio de Janeiro, Brasil, 12 de outubro de 1986.

O que está em jogo na votação a favor ou contra a ordenação de mulheres não é uma divisão entre o Assim Diz o Senhor versus o Assim Querem os Adventistas Rebeldes, mas entre o Assim Diz o Senhor versus o Assim Defende nosso Costume e Tradição Humana.
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